Escolher o sapato certo vai muito além da estética ou da tendência da moda. Um calçado inadequado pode comprometer a saúde dos pés e desencadear dores, inflamações, deformidades e até problemas de coluna. Saber como identificar um calçado saudável é fundamental para garantir conforto, bem-estar e prevenção de lesões.
Principais erros ao escolher sapatos
Muitas pessoas cometem erros comuns que, com o tempo, impactam negativamente a saúde dos pés. Entre os mais frequentes estão:
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Usar sapatos muito apertados: prejudicam a circulação e favorecem calos, bolhas, unhas encravadas e deformidades como joanetes.
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Escolher calçados com salto muito alto ou muito fino: alteram a postura e sobrecarregam o antepé, podendo causar dores no calcanhar, esporão e fascite plantar.
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Optar por modelos sem apoio adequado: chinelos, sapatilhas e sapatos muito flexíveis, sem estrutura, deixam os pés instáveis e vulneráveis a lesões.
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Não respeitar o formato natural dos pés: bicos muito finos ou formatos estreitos podem deformar os dedos e gerar dores contínuas.
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Ignorar o desgaste do calçado: sapatos gastos, principalmente na sola ou palmilha, perdem a função de amortecimento e apoio.
Características de um calçado saudável
Para ser considerado saudável, um sapato precisa oferecer conforto, estabilidade, amortecimento e boa adaptação ao formato dos pés. Confira as principais características a observar:
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Palmilha anatômica que respeite a curvatura do pé e absorva impactos.
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Solado firme e antiderrapante, que proporcione segurança ao caminhar.
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Material flexível e respirável, que permita ventilação e evite o acúmulo de umidade.
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Bico arredondado e espaçoso, para que os dedos fiquem livres e alinhados.
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Contraforte reforçado (parte traseira do calçado), que estabiliza o calcanhar.
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Fechamento ajustável (cadarço, velcro ou fivela), garantindo boa fixação ao pé.
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Salto moderado, preferencialmente entre 2 e 4 cm, com base larga.
Dicas específicas para quem tem joanetes, esporão, fascite etc.
Algumas condições exigem cuidados redobrados na hora de escolher o sapato. Veja abaixo algumas recomendações para casos específicos:
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Joanetes (hálux valgo):
Prefira calçados com bico largo e materiais maleáveis. Evite costuras rígidas sobre a região do joanete. -
Esporão de calcâneo:
Dê preferência a calçados com bom amortecimento no calcanhar. Palmilhas com elevação nessa área também ajudam a aliviar a dor. -
Fascite plantar:
O ideal são modelos com ótimo suporte de arco plantar e sola que absorva bem o impacto. Evite andar descalço ou usar chinelos planos. -
Pés planos (sem arco):
Necessitam de sapatos com suporte reforçado no arco e estabilidade lateral para evitar sobrecarga nos tornozelos e joelhos. -
Pé diabético:
Escolha calçados com acabamento interno sem costuras, palmilhas macias e espaço adequado para os dedos. Evite qualquer ponto de atrito.
Indicação de palmilhas e ajustes personalizados
Nem sempre o sapato sozinho é suficiente. Em muitos casos, o uso de palmilhas ortopédicas personalizadas é indicado para corrigir a pisada, aliviar dores e distribuir melhor o peso do corpo.
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As palmilhas podem corrigir desalinhamentos, proteger áreas sensíveis, reduzir a pressão em pontos específicos e melhorar o conforto em calçados comuns.
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O acompanhamento com podólogo e ortopedista é importante para indicar o modelo mais adequado para cada necessidade.
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Algumas lojas especializadas oferecem o serviço de ajuste personalizado de calçados, como alargamento do bico, adaptação da palmilha ou alteração do salto.